“Não podemos proibir o agricultor de usar o agrotóxico, mas temos que orientar e conscientizar porque o veneno que a mata a plantinha está matando o trabalhador do campo”. As palavras, em tom de alerta, são de Gilberto Aguiar, enfermeiro, durante a Oficina de Sensibilização de Câncer Relacionado ao Trabalho.

Estudos realizados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) entre 2017 e 2020 constatou que a maioria das pessoas, moradoras de áreas rurais de Casimiro de Abreu, que apresentaram diagnóstico de câncer, estava relacionada à exposição do uso de agrotóxicos.

Os dados obtidos pelo Inca, com apoio Núcleo Municipal de Saúde do Trabalhador, foram apresentados no auditório do CEB, no Centro, durante a manhã e tarde desta quarta-feira, dia 9. O Estudo Epidemiológico apresentado pelo INCA servirá de ferramenta para que o Município implante políticas públicas de prevenção à doença e voltadas para essa classe de trabalhadores.

Os pesquisadores do Inca constataram que alguns agrotóxicos, causadores de câncer, são usados em larga escala na região rural de Casimiro de Abreu, afetando tanto os trabalhadores do campo, como os moradores dessas áreas. Esses com menor incidência.

No estudo realizado pelo Inca foram realizados exames de laboratório: sangue, urina, entre outros, além de questionário direcionado a moradores e trabalhadores a respeito de seus hábitos.

A Oficina de Sensibilização foi organizada pelo Núcleo Municipal de Saúde do Trabalhador e contou com as presenças Ubirani Otero e Marcia Sarpa, Fernanda Voietta, Valéria dos Santos e Juliana Amazonas – representantes do Inca; Jana D’Arc, Gilberto Aguiar (Núcleo Municipal de Saúde do Trabalhador), Lia Iecker, secretária de Gabinete da Secretaria Municipal de Saúde de Casimiro de Abreu, entre outros.