O 3º Fórum de Saúde Mental e Atenção Básica, que aconteceu nesta terça-feira, dia 12, reuniu dezenas de profissionais da saúde, da educação, estudantes e interessados em discutir um tema muito relevante que está se tornando comum na atualidade no País: “Queixas escolares, sujeitos e contextos”. As palestras foram ministradas pelas psicólogas Poliana Cordeiro, doutora em psicologia pela Universidade Federal Fluminense, e Silva Santos, coordenadora de Educação Especial do município de Duque de Caxias.
Esta edição do fórum trouxe um debate intersetorial entre educação e saúde mental, problematizando as crescentes demandas por medicalização da infância e destacando alguns desafios enfrentados em todo o Brasil.
As profissionais apresentaram questionamentos sobre o número crescente de crianças diagnosticadas com algum tipo de transtorno, como o TDAH por exemplo. Outros pontos abordados foram o aumento de medicalização para crianças na faixa de 6 a 16 anos e a saúde mental dos professores, entre outras questões que tornam as queixas escolares num cenário cada vez mais complexo.
“Talvez esse crescente número de crianças diagnosticadas com algum transtorno esteja tentando nos mostrar que a educação tradicional precisa mudar”, disse a psicóloga Poliana Cordeiro.
A psicóloga Silva Santos falou muito sobre a importância da inclusão das pessoas com deficiências nas escolas. Como exemplo, apresentou o
Guilherme Antônio, de 28 anos, que tem síndrome de Asperger (uma variação leve do Autismo). Ele enfrentou muitos preconceitos e desafios ao lado de seus pais, dona Laureci e senhor Adilson, mas com muita luta conseguiu terminar seus estudos e se formar em Jogos Digitais e Designer Gráfico.
Hoje Guilherme é instrutor de informática na FUNDEC – Fundação de Apoio à Escola Técnica, Ciência e Tecnologia de Duque de Caxias para pessoas com necessidades especiais, como ele. Guilherme também é desenhista, músico e pesquisador. “Nenhuma barreira física, emocional ou social pode limitar aquele que quer vencer”, disse Guilherme Antônio.