Resultado Concurso Poesia da Juventude

A Fundação Cultural Casimiro de Abreu divulga os ganhadores do Concurso Poesia da Juventude. O concurso foi direcionado para estudantes do Ensino Fundamental e do Ensino Médio de todo o Brasil.
Se liga que tem vencedores na terra do poeta!!!

Confira a classificação, nome do autor, título da poesia, série, cidade e o valor do prêmio de cada vencedor:

Ensino Fundamental (6º ao 9º ano)
1º Bárbara Gozzer Machado, LUZ NA VARANDA, 8º ano, Santa Maria de Jetibá -ES, R$ 1500,00

2º Jorge Samuel de Oliveira Andrade, POESIA COMPLICADA, 8º ano, Rio das Ostras-RJ, R$ 1300,00

3º Elisa Maria da Silva Fernandes, TRANSTORNO DE METAMORFOSES ANTIÉTICAS, 8º ano, Cabo Frio-RJ, R$ 800,00

4º Carlos Eduardo Manifeste de Oliveira, AMOR BRILHANTE, 6º ano, Casimiro de Abreu-RJ, R$ 400,00

Ensino Médio
1º Thauane Pinheiro Iecker, ISOLAMENTO, 2º ano, Casimiro de Abreu-RJ, R$ 2000,00

2º Maicol Fabian Aquino Castro, AS LÁGRIMAS DOS REFUGIADOS, 1º ano, Rio Claro-SP, R$ 1500,00

3º Sara Cristina Felipe Franco, SANATÓRIO, 3º ano, Barbacena-MG, R$ 1000,00

4º Viviane Santana Rodrigues, COMO POSSO EXPLICAR? 3º ano, Casimiro de Abreu-RJ, R$ 500,00

Confira abaixo as poesias dos vencedores:

Luz na varanda
Bárbara Gozzer Machado

Tinha medo da luz da varanda
que piscava noite e dia,
e trocá-la ninguém nunca conseguia.

Tinha medo da luz da varanda
que de madrugada piscava,
e me deixava chateada.

Tinha medo da luz da varanda
que em cima das árvores do quintal refletia,
e com medo das sombras assustadoras, eu dormia.

Tinha medo da luz da varanda
que piscava, e piscava sem parar,
e com muito medo eu tentava apagar.

Eu cresci. O medo da luz da varanda continuava em me perseguir.
A luz podia até piscar, mas o que ela queria mesmo,
era a varanda iluminar.

Poesia Complicada
Jorge Samuel de Oliveira Andrade

Escrever poesia é difícil, camarada!
Se escrever coisa errada,
Se mete em enrascada!

Se tiver a letra feia
Esquece, oh meu amigo…
Os leitores vão gritar:
“ Ilegível, ilegível! ”

Rimando um pouquinho errado
A reclamação é ululante:
Rimou porta com instante
E função com saltitante

Poesia é um negócio que não recomendo a ninguém
Se escrever poema curto
É recebido com desdém

Bloqueio criativo?
Nem te digo, meu amigo!
Pego a caneta e o papel
E com um “branco” sou atingido…

Transtorno de Metamorfose Antitéticas (TMA)
Elisa Maria da Silva Fernandes

Talvez eu não seja algo certo
Talvez eu não seja algo concreto
Talvez eu nem seja algo
Mas eu não consigo parar de deduzir algo que eu nunca vou ser
Formas certas na sua cabeça
Não me moldam a pessoa certa
Sua cabeça age em forma de soneto
Onde a poesia me poesia
Vislumbres do futuro
Te deslumbre do presente
Se perde tanto no futuro
Que ainda está presa no pretérito
Já não sei o que é sanidade
O meu desespero desaparece
O amor me corroendo
O tempo inércia
Calma
Me desespero
Me prendo em nada
Me seguro em seu amor
Me afundo em melancolia
Me perco em sua confusão
No seu roto de dúvida
Sua ânsia de me deixar
Partir e ter a certeza que vai voltar
Sua confusão me confunde
Seu rosto transcende em dúvida
Me implora que eu fique não estarei aqui quando voltar
Não ficou quando eu pedi pra ficar
Sua razão é incerta
Seu querer desconheço
Sua dúvida já virou rotineira
Sua confusão não era passageira?
Agora não sei se vai voltar
Não sei se supri sua vontade de me usar
Neguei a ti minha única certeza
Neguei a dor de te amar
Eu te amo
Mas não sei quantas vezes isso foi mentira
Não sei quantas vezes mentiu
Disse coisas em tom de clareza
Embaçando seu real significado
Seu peso de pecado
Suas palavras perderam o sentido
Sentimentos sentidos
De maneira inusitada
Senti você em minha pele não me tornou poesia
Me tornou o transbordo
Onde vi que apenas o desperdício você me ocasiona
A poesia supre a dependência
Que eu despejava em você
Sentir que preciso de você e não te quero
Desconstela os meus olhos
Onde já foi a “Noite Estrelada”
Onde secaram lágrimas omitidas
Me omiti na mentira em que você contou
Me perdi em cores que já perderam o sentido
Me sinto uma tela em branco
Repintada
Acho que as cores que me pintara
Não combinou com o tom de solidão
Do meu interior
Do meu exterior
Da minha alma
Sofro em silêncio
Transpiro em mágoas
Meus mares de medo
Ao encontro de um rio de ansiedade
Diante disso você foi embora
Não olhou para trás
A minha poesia foi embora
A poesia me cria
Eu vivo poesia
Morro poesia
Poesia me nutre
O seu amor não fazia isso
Apenas me picotava
Com uma tesoura cega
Porém, ironia
Afirmo meu amor
Com todas as palavras de ódio.

Amor brilhante
Carlos Eduardo Mangifeste de Oliveira

O nosso amor é mais que brilhante
É como se você fosse um belo diamante
Quando eu te olho ganho mil faces em um só instante
Para uns isso pode ser irritante

Mas para mim você é radiante.
Não te prometo uma vida luxuosa
E sim tardes com muita prosa
Pois você é graciosa
Uma joia valiosa.

“Isolamento” Thauane Pinheiro

Em um dia qualquer nos deram isolamento
Felicidade bateu, férias fora de momento!
Coitados, sem entendimento…
Não sabiam que estava por vir, sofrimento.

Assim como todo início, tudo é bom.
Todos festejam, saíam, cantavam no seu tom.
Tudo muito recente, não tínhamos noção.
Afinal “é no exterior, isso é invenção!”.

No piscar de olhos tudo começou a piorar.
Os problemas começaram a se aproximar.
O que parecia tão eminente.
Tornou-se presente.

Famílias já eram distantes por conta da internet
Afastaram-se mais, para não levar “um tal vírus” por parentes.
Contagem regressiva para acharem solução.

Tudo tem seu propósito e porém.
Passamos valorizar tudo, até a tia chata que chega no “amém”.
Aos poucos tudo está se consertando.
Tá sendo bom, pra vermos o que andamos valorizando.

Num momento, veio uma palavra inconsciente.
Carpe Diem, termo divinamente.
A palavra que nos representaria.
“aproveite o dia!”

As lágrimas dos refugiados
Maicol Fabian Aquino Castro

Homens refugiados sem direção,
Caminham para fugir do medo, e da perseguição.
E encontram no exílio a única condição
Arrastam-se famílias dizimadas
Que procuram a felicidade, sem ter uma nação
Tarde se arrepia uma falsa moral
De uma sociedade que diz que ama por igual.
Para eles tudo é hipocrisia
E não veem sentidos nas lágrimas
Que escorrem abundantes e sem sal
Para chorar por uma criança que morre
Faz-se uma reza e vendem-se jornais
De notícias cruas, vagas e fatais.
A vergonha anda por aí distraída
Com a dor e a tristeza de quem não tem saída
Que procura um dia saber o que é felicidade
Sem saber o que pertencimento na verdade.

SANATÓRIO
Sara Cristina Felipe Franco

essas paredes me sufocam
e elas são tudo o que sou

essas luzes me cegam
e elas são tudo que eu vejo

os tetos se tornam chãos
enquanto ando em círculos
o caminho se estende
indo para lugar algum

quem eu sou?
pergunto para o teto branco
enquanto uma voz me guia
eu não ouço a voz, mas ela me diz
que eu estou caindo
caindo
caindo
caindo
caindo
caindo

como um anjo
expulso do paraíso
incapaz de voar
incapaz de amar

como um suicida
jogado na ponte
incapaz de ser percebido
incapaz de ser amado

caindo, mas para onde?
não há alturas de onde saltar
não há chãos para chegar
voando… voando… voando…

essas paredes me sufocam
essas luzes me cegam
esse chão me prende
essas coisas sou eu

o homem é a prisão do homem
quem é você, homem?
quem sou eu através das paredes?
onde está meu coração?

apenas um alucinado
apenas um perdido
apenas um aprisionado
dentro de si
dentro do mundo
dentro dos outros

você sabe a saída dessas paredes?
quem é essa voz que você escuta?
onde está o seu coração?

Como posso explicar?
Viviane Santana Rodrigues

O ser humano busca entender
o que não dá pra explicar
o que não dá pra enxergar

O que existe além do céu?
Qual a largura do mar?
Existe vida em outro lugar?
O que vem depois da morte?
Será dor ? Ou será sorte?
Onde é que Deus está?
Como explicar o inexplicável?
O sobrenatural existe?
Como crer sem enxergar?

Fundo e raso , alto e baixo
Como posso explicar?
É estreito , também largo
não tem jeito de falar
É pequeno , muito grande
não há espaço pra ficar
é visível, invisível
só sentindo pra contar

Não é sobre medidas nem
precisão
nem na física há uma explicação

Me pergunto aonde é
que o homem quer chegar
nessa busca sem parar

Qual é a recompensa ?
Conquistar e ostentar?
É razão que quer encontrar ?

Por que tanta ignorância?
Não encontra mais respostas?
Ou a verdade não aceita?
Como explicar o que não se vê?
É tão difícil perceber?
Como posso descrever?

Não entendo o motivo de tantas
explicações
a pergunta que é tão simples
que só se vê com o coração
A resposta pro vazio dessa nova
geração
não preenche com a busca
do que dizem ser razão

Entre a vida e a razão
a vida é a solução

O que o homem não consegue ver
é o que não quer enxergar
o que não quer acreditar

Não se vê com o coração?
Ou em falta de um estão?
Se iludiram com a falsa razão?
Eles mesmos se contradizem
a verdade não era relativa ?
Como dizem ter razão?
Mas que absurdo!
Estão cegos? Ou não querem
enxergar?
No olhar de uma criança
nas ondas do mar
no que mais importar

Abra os olhos para a luz
que um dia os formou
a verdade está na simplicidade
não no que alguém contou
Esse verso tem mais questões e
afirmações, por um acaso
a cegueira dos homens tornou o
simples em complicado

Não é sobre ter razão
nem sobre conquistar
não é sobre chegar ao topo do mundo
e nada aproveitar
Não é algo complexo
nem tão fácil de dizer
é sobre entender o que você não
consegue ver
É sobre amar mesmo sem ver o
amor
é ter fé quando tudo se opor
É tão simples a verdade, que se
enxerga em dois traços
um em pé outro deitado
nos mostrando que nem sempre
estaremos levantados
mas ao cair sabemos que vamos voltar
a ficar pé
Um sacrifício que foi rejeitado
mesmo sabendo que a autoria da
vida foi aquele crucificado
Em todo momento tentou nos
ensinar que a vida não seria um
mar de rosas
pois os espinhos não são
para os pés
mas para consciência nossa
Feridas nos pés nos fazem
desistir
a dor na consciência nos
ensina a prosseguir

Esse é o autor que nos ensinou
verdadeiramente o que é o amor
esse é o autor que escreveu a
vida com teu sangue e com ele
nos libertou

Tentem entender
não sei mais como descrever
Ele disse eu sou!
E hipócritas somos, por querermos o
mérito daquilo que ele criou

Chega de futilidade e coisas
vazias
Ele ensinou sobre propósito e
sobre a alegria
Abra os olhos para ver
o que importa para a vida não é
ganhar , mas aprender
Fundo e raso , alto e baixo
para quem sabe medir
é estreito o caminho
que nos leva a seguir
Como é larga a tua graça que nos
permitiu servir
invisível e visível são as obras que
fizestes em mim
Como é grande seus mistérios
que se permitiu calar
para aqueles que não acreditam
como posso explicar?

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