Conhecer o perfil das crianças. Pensar sempre como integrá-las a um novo grupo. Utilizar múltiplos recursos , tecnologias e criar um ambiente de respeito e cooperação. Tudo isso é feito pelo professor Jonatan Tcharles em seu desafio de incluir crianças com deficiência nas turmas de educação física, na Escola Municipal Pastor Luiz Laurentino, em Casimiro de Abreu.
Há um ano e meio, Jonatam trabalha com Heitor da Silva Martins, 7 anos, aluno do 2º ano, portador de Transtorno do Espectro Autista de grau severo e com deficiência física que prejudica a sua locomoção – anda na ponta dos pés.
“Venho me especializando nesse campo. Fiz um diagnóstico para entender o Heitor. Às vezes ele fazia as aulas e logo depois rejeitava. Tinha aulas em que ele era agressivo com os colegas e chutava tudo que via pela frente”, declara o professor.
O conhecimento e a persistência não fizeram Jonatan desistir do aluno. A recompensa veio nesta semana. Pela primeira vez, o menino participou de 45 minutos de aula: fez o circuito psicomotor, atividade de pareamento de cores, brincou de pique abraço, fez cabo de guerra e futebol de pano. Os colegas socializam com ele.
“Não podemos romantizar a Educação, mas não devemos ter medo, e ser ousados. A mensagem que deixo para os colegas é jamais desistir de um aluno. Nós podemos fazer a diferença na vida deles”, declarou Jonatan.
100% de inclusão
Terceiro lugar no País entre os municípios que melhor aplicam recursos dos royalties na Educação e 8ª colocado no estado nos anos iniciais, Casimiro de Abreu é um dos poucos municípios no Brasil com 100% de alunos com deficiência em idade escolar nas salas de aula. Atualmente, são 525 pessoas nessa condição matriculadas na rede de ensino municipal.
A Inclusão precisa acontecer em todos os ambientes da sociedade e nas escolas isso não poderia ser diferente, já que estamos contribuindo para a formação de cidadãos.
“ Nesse sentido, as aulas de educação física são um marco para nossos alunos inclusos. Temos profissionais comprometidos não somente com o desenvolvimento motor e cognitivo das crianças, mas que se preocupam com a socialização entre os alunos”, concluiu o coordenador municipal de Esportes da Semed, Amarildo Berbert.